Parkinson, Saúde

O que é mal de Parkinson? Sintomas e como tratar a doença 

Entender o que é mal de Parkinson é fundamental para esclarecer a doença e as possibilidades de tratamento. Principalmente para que o paciente e sua família tenham mais qualidade de vida.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1% da população mundial com idade superior a 65 anos é portadora da doença. No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas sofram com a enfermidade.

Caracterizada como um distúrbio neurológico, o mal de Parkinson compromete o sistema nervoso e afeta os movimentos da pessoa. Quer saber mais sobre o que é mal de Parkinson? Acompanhe a leitura!

O que é mal de Parkinson?

A doença de Parkinson, também conhecida como mal de Parkinson, é uma condição degenerativa crônica do cérebro, caracterizada por afetar a coordenação motora, com sintomas como rigidez muscular e tremores involuntários.

À medida que ela avança, o indivíduo torna-se incapacitado, sendo difícil ou até impossível realizar atividades diárias simples, como escovar os dentes e se vestir. 

Isso ocorre devido a um desgaste na região cerebral conhecida como substância negra, responsável pela produção de dopamina. Nesse caso, um neurotransmissor que possui, entre suas funções, coordenar os movimentos do corpo.

Ou seja, um simples ato de beber um copo d’água ou levar o garfo a boca, são dependentes da ação dos neurônios dopaminérgicos. 

No caso, o mal de Parkinson, devido a destruição natural destes neurônios, ocorre a insuficiência de dopamina no sistema nervoso central e, consequentemente, um distúrbio dos movimentos. 

Segundo a National Parkinson Foundation, entre 60% e 80% da produção de dopamina são perdidas mesmo antes de aparecerem os sintomas motores da doença.

À medida que a doença progride, ela se torna cada vez mais incapacitante e a qualidade de vida dos pacientes diminui significativamente, necessitando de cuidados especiais e assistência médica constante.

Desenho que ilustra a quebra na comunicação entre os neurônios que coordenam os movimentos devido a falta de dopamina. Imagem ilustrativa texto o que é mal de Parkinson
A interrupção de produção de dopamina no cérebro pode levar ao Parkinson.

Causas do mal de Parkinson

Até o momento, a ciência não conseguiu explicar a razão exata para o desgaste destas células. O que faz com que o mal de Parkinson ainda seja considerada uma doença sem causa definida. 

Contudo, acredita-se que a deterioração das células produtoras de dopamina resulta da combinação de fatores genéticos, ambientais e estilo de vida. 

Em geral, pessoas com mais de 60 anos são afetadas com maior frequência, embora essa doença possa atingir qualquer idade. Além disso, os homens são mais propensos que mulheres a desenvolver esta condição. 

Familiares de pacientes com Parkinson e aqueles que possuem outras condições médicas que afetam seu cérebro, assim como o tabagismo e alcoolismo, também são considerados fatores de risco para a doença de Parkinson.

Infográfico com a prevalência da doença de Parkison de acordo com a idade. Imagem ilustrativa texto o que é mal de parkinson
Pessoas acima de 60 anos são a faixa etária mais afetada pelo mal de Parkinson.

Quais os sintomas do mal de Parkinson?

O mal de Parkinson pode afetar apenas um ou ambos os lados do corpo, o que varia de acordo com o grau da perda das funções de cada indivíduo. 

No geral, os sintomas da doença de Parkinson são classificados como sintomas motores e não-motores. 

No início, é comum que se manifestem de maneira lenta, dificultando até mesmo a identificação da doença por parte do paciente.

Entre os seus principais sintomas, podemos destacar os tremores, rigidez muscular, lentidão de movimentos e desequilíbrio. Além de outras complicações não motoras que envolvem desde a perda de autonomia até distúrbios do sono. Confira: 

Sintomas motores

  • Tremores de repouso;  
  • lentidão dos movimentos; 
  • rigidez muscular (entre as articulações do punho, cotovelo, ombro, coxa e tornozelo); 
  • perda do equilíbrio e reflexos;
  • diminuição ou desaparecimento de movimentos automáticos (como piscar);
  • dificuldade de engolir;
  • falta de expressão no rosto; 
  • dores musculares;
  • tontura; 
  • dificuldade para começar ou continuar o movimento; e 
  • incapacidade física e motora.

Sintomas não-motores

  • Depressão e ansiedade; 
  • estresse e confusão mental;
  • transtornos do sono (insônia, sonambulismo, entre outros); 
  • diminuição do olfato; 
  • aumento da salivação;
  • problemas gastrointestinais (intestino preso, constipação, perda de peso);
  • disfunção sexual;
  • incontinência urinária; 
  • voz mais baixa e monótona;
  • demência; e
  • perda de memória.

Conheça alguns tratamentos para mal de Parkinson

Infelizmente, ainda não há cura para o mal de Parkinson. Apesar disso, existem diversas opções de tratamento, seja medicamentoso ou cirúrgico, que vão depender das particularidades de cada caso. 

Nesta condição, as intervenções terapêuticas visam controlar os sintomas e ajudar a melhorar a qualidade de vida do paciente, para que o mesmo consiga enfrentar e conviver com a doença de forma mais tranquila. A seguir, entenda os principais tipos de tratamentos:

Tratamento medicamentoso

A abordagem medicamentosa no tratamento do mal de Parkinson é usada com o objetivo de melhorar a função motora do paciente. Eles ajudam a reduzir os sintomas e retardar a progressão da doença, a partir do aumento da quantidade de dopamina no cérebro. 

A escolha do fármaco, por sua vez, deve ser individualizada e levar em consideração fatores como idade do paciente, estágio da doença, sintomas, efeitos colaterais e a interação com outros medicamentos. 

Entre eles, os produtos à base de Cannabis vem se destacando como auxiliar no tratamento do mal de Parkinson. 

Tratamentos complementares

Além dos medicamentos precursores da substância, é importante realizar tratamentos terapêuticos de reabilitação, buscando amenizar a doença e estimular suas funcionalidades e habilidades motoras. 

Acompanhamento fisioterápico, fonoaudiologia, terapia ocupacional, assim como suporte psicológico e familiar, são indicados durante o tratamento do mal de Parkinson. 

A prática de exercícios físicos, que visam melhorar o equilíbrio, flexibilidade e força também devem ser estimulados. 

Indicação cirúrgica

Em casos graves, ou para pacientes que não respondem à medicação, existe a possibilidade de intervenção cirúrgica. 

A cirurgia de estimulação cerebral profunda é capaz de melhorar os sintomas e a qualidade de vida do paciente. Atualmente, este procedimento é considerado um tratamento seguro e efetivo contra o mal de Parkinson. 

Quais exercícios indicados para o mal de Parkinson?

Como vimos acima, a prática de atividades físicas é uma importante ferramenta para quem busca o alívio da doença de Parkinson. Já que são capazes de gerenciar os sintomas de forma que não comprometa sua qualidade de vida.

De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Kyoto, no Japão, a longo prazo, exercícios moderados e regulares estão significativamente associados à deterioração mais lenta da estabilidade postural e da marcha, além de uma melhor evolução clínica da doença.

Diante disso, os exercícios indicados para pacientes com mal de Parkinson buscam fortalecer o sistema cardiovascular e respiratório, aumentar a flexibilidade, fortalecer os músculos e colaborar na coordenação motora. 

A caminhada costuma ser a principal indicação dos médicos, já que pode ser feita em qualquer lugar e não demanda equipamentos ou treinos. Mas andar de bicicleta, aulas de dança e yoga, pilates, alongamentos e a natação também são outras atividades recomendadas. 

Também é importante manter a mente ativa e desperta, incluindo hábitos de leitura e jogos ou desafios de memória, cuidar da sua saúde emocional e manter uma alimentação saudável. Vale destacar que, independente do exercício escolhido, o mais importante é manter a regularidade. 

Close-up das pernas femininas com tênis de corrida na trilha de madeira em um parque arborizado. Imagem ilustrativa texto o que é mal de parkinson
A caminhada é o exercício físico mais recomendado para pacientes com mal de Parkinson.

Como diagnosticar mal de Parkinson?

Realizar o diagnóstico da doença de Parkinson costuma ser um grande desafio, tanto para os médicos quanto para os pacientes. Afinal, o quadro clínico inicial nem sempre é claro para se definir o diagnóstico.

Outras doenças neurológicas também podem apresentar primeiros sinais semelhantes. Então, é preciso que o médico avalie a história clínica e o exame físico do paciente. Além da presença dos principais sintomas motores, sendo necessário que pelo menos três deles estejam presentes. 

O profissional de saúde também poderá solicitar outros exames complementares, como: ressonância magnética, tomografia computadorizada do crânio, exames de sangue ou eletroencefalograma, a fim de descartar outras causas de alteração dos movimentos, que podem confundir com o mal de Parkinson.

Por isso, buscar ajuda profissional assim que os primeiros sinais forem percebidos é fundamental para evitar a progressão da doença. Quanto mais precoce o diagnóstico, maiores serão as chances de sucesso em seus tratamentos.

Neste artigo, você entendeu melhor sobre o que é mal de Parkinson, quais as causas, sinais e os principais tipos de tratamento. Continue acompanhando o nosso blog e redes sociais, e mantenha-se informado. 

Referências

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